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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

80 Anos.

30.09.15, a dona do chá
Tenho saudades das mãos. Elas transmitiam segurança. Os dedos eram longos e as unhas bem desenhadas. Mãos que trabalharam a vida toda. Mãos que corrigiram e que acarinharam. Mãos, as tuas mãos. Mesmo maltratadas, eram mãos que conheceram muitos abraços. Há um profundo vazio onde deveria estar o teu abraço e o andar de braço dado contigo pela rua. Até ao fim, custou-me largar as tuas mãos. Tenho saudade do sorriso. Era um torcer o canto da boca enquanto os olhos acompanhavam o (...)

(José Wilker)

05.04.14, a dona do chá
Quem segue as redes sociais encontrou hoje a notícia da morte deste grande actor. Para mim, pelo menos, ele era grande. Quem cresceu a assistir o seu trabalho é quase impossível ficar indiferente. Quando constato que ele tem a idade da minha mãe... ainda fico mais chocada. Guardo-o num lugar muito especial do meu coração dedicado às personalidades que admiro.

(a queda das cores)

19.09.11, a dona do chá
Ela vai sozinha, de preto e perseguida pelo silêncio ensurdecedor da morte. Dantes ele ia ao seu lado. Mãos dadas. Tantos anos e ainda permaneciam de mãos dadas. Faziam caminhadas e sentavam-se num banco de jardim simplesmente a ver a vida que construíram a passar diante dos olhos. Esta era a vida. Eram dias de partilha e mãos unidas. Um só olhar. Os filhos vieram, os filhos foram cada um para o seu lado e eles dois permaneceram. Unidos. Enfrentavam cada dia como parte deste percurso (...)

( o imperativo da realidade )

29.04.11, a dona do chá
O dia ensolarado não fazia sentido. Ele se metamorfoseou em céu em fúria: nuvens densas, cheiro intenso a ausência, escuridade, trovões e chuva.   Havia um silêncio. Cabeças curvadas. Olhares no vazio. Olhares que percorrem sem ver. Olhares que desencontram-se. Ritual, sequência e flores. Palavras ditas. Palavras que alcançam o ouvido de quem quisesse ouvir. Palavras para dizer que temos porquês para os quais não existem respostas. Palavras de consolo. Palavras de alerta. (...)

Despedida.

05.02.04, a dona do chá
« Na morte não poderia ser diferente. A escritora Hilda Hilst jogou-se de corpo inteiro, assim como na vida e na arte. Ontem de madrugada, Hilda teve falência múltipla de órgãos, em decorrência de complicações numa cirurgia para redução de fratura de fêmur. » JB ( 05.02.04 ) « Isso de mim que anseia despedida (Para perpetuar o que está sendo) Não tem nome de amor. Nem é celeste Ou terreno. Isso de mim é marulhoso (...)