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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chego aos 40.

05.01.16, a dona do chá
Posso dizer que começo a sentir a passagem do tempo. Sim, é verdade, chego aos 40 anos. Apenas 40. Já quatro décadas ficaram para trás e com elas alguma história de vida. Apenas 40... Porque será que sinto ter alcançado um patamar diferente? O que muda realmente a partir de agora? Ocorrerá uma misteriosa e insondável aceleração do tempo? Uma amiga querida hoje me disse algo simples e fantástico: "você chegou àquele momento da vida em que já tem um passado mas ainda tem um (...)

Dos abraços e da saudade

16.09.15, a dona do chá
Esta saudade que arrasta o coração para o terreno da inconformidade. O que seria excelente: estar perto e dentro de um abraço apertado.  Os dias passam. O tempo percorre esta longa estrada. Quando te dás conta, somas anos e décadas. É assim a ordem natural das coisas. Passas a ter uma série de episódios arrumados na gaveta das memórias e, meio que sem querer, passas a visitar com frequência essa mesma gaveta. Não há problema nenhum nisso. Recordar é tornar presente um (...)

(...)

06.02.13, a dona do chá
Hoje é daqueles dias em que estou grata por ter criado este blogue.  É a minha almofada virtual.

(de repente, 36)

05.01.12, a dona do chá
Um dia de sol em véspera de Reis. Um dia de sol, quase primaveril. As pessoas andavam pelas ruas devagar, bem devagar. Absorviam cada centímetro de sol. Acredito que queriam carregar dentro delas aquele vestígio de calor. O sol tem esta capacidade de tornar-nos mais felizes e mais dispostos a viver. Posso estar enganada, mas pareceu-me que as pessoas que passavam na rua sorriram mais hoje do que ontem. Eu sorri também.   Um dia de sol e sorrisos ambulantes. Um dia de sol e, de (...)

(verdade inequívoca)

14.11.11, a dona do chá
um raio, um lampejo, uma explosão, uma queda, uma pancada. qual seria a palavra certa para definir a tomada de consciência da inaptidão? a verdade, quando surge diante dos olhos, é inequívoca. a verdade, quando revelada, não há como voltar atrás. a verdade é a maior das ingratidões: não permite que se adormeça em devaneios.    um: quem pensas que és? outro: ninguém. não sou ninguém.

(semibreve)

12.09.11, a dona do chá
[ Pense: Nem tudo o que se lê é auto-biográfico. Nem tudo o que se escreve é ficção. ]

( a distância e o amor )

14.04.11, a dona do chá
"são 00:42, a minha razão não me deixa escrever com a tua razão. o que se passa é o seguinte, passamos horas do nosso dia sem nos vermos, sentimos falta um do outro, mas a razão atrapalha. temos vivido alguns dias de muito "tu", de muito "eu", mas na verdade os dias que eu mais gosto são os "nós".não percebo o que se passa, será que sou eu que sou impaciente ou és tu? lá está, voltamos ao eu e tu,  e porque não somos nós? Nós somos impacientes, nós cometemos erros, nós (...)

( espécies raras )

16.09.10, a dona do chá
Secam-se as palavras na garganta. Sílaba por sílaba, entaladas. Sufoca-se a cada letra. A impossibilidade de verbalização é desértica. A impossibilidade de se fazer entender é opressiva. A impossibilidade de se ser, de expandir-se. Há uma ruptura em pequenas partículas de racionalidade o que afasta qualquer possibilidade de coesão dos sentimentos. As palavras fogem com a velocidade do incêndio. Queimam-se ideias, arrasam-se vidas e dizimam-se imensidões. O incêndio alastra-se (...)

(identidade)

22.07.10, a dona do chá
quando ouço a voz a dar a notícia fico por instantes estática. ouço a voz e sei, antes mesmo de saber, que não será uma boa notícia. pouco a pouco, temos desaparecido. gradualmente a vida segue o seu rumo. inclusive a morte. diante dela, como é mais do que sabido, não há nada a fazer. os corredores e as esquinas da memória se movimentam dentro de mim. quase posso ouvir as risadas e as correrias com as minhas primas e primos. estou aqui, sentada e assisto a tudo. alguns tios (...)

(vestígios de casa)

07.07.10, a dona do chá
Não há intervalos. Não existem tréguas. O sol escorre pela manhã e invade cada centímetro do chão. Apropria-se das paredes. Percorre as árvores. Aloja-se nos grãos da areia da praia. Este calor não é algo desconhecido. Faz lembrar outros dias. Faz lembrar outros cheiros e outros aromas e outras paragens. Faz lembrar dias de sol da dimensão do nosso olhar em direcção ao horizonte. Faz lembrar dias em que o sol era o nosso hóspede constante. O pó da terra se misturava ao (...)