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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

(moroccan rose)

28.09.10, a dona do chá
Uma semana dedicação. O tempo passou a voar. Escapou-se-me. Eu queria tanto agarrá-lo com as duas mãos. Eu queria tê-lo junto a mim com o valor de perdurar os momentos vividos. Estar com quem se ama invoca a questão da durabilidade do tempo e os seus hiatos de ausência. Esta última, devo precisar, acaba por ser inevitável. É o que sentimos após a partida: a ausência. A nostalgia de recordar bons momentos, de rir em conjunto e de partilhar sentimentos. Mas tudo tem uma duração (...)

(vestígios de casa)

07.07.10, a dona do chá
Não há intervalos. Não existem tréguas. O sol escorre pela manhã e invade cada centímetro do chão. Apropria-se das paredes. Percorre as árvores. Aloja-se nos grãos da areia da praia. Este calor não é algo desconhecido. Faz lembrar outros dias. Faz lembrar outros cheiros e outros aromas e outras paragens. Faz lembrar dias de sol da dimensão do nosso olhar em direcção ao horizonte. Faz lembrar dias em que o sol era o nosso hóspede constante. O pó da terra se misturava ao (...)

( VESTÍGIOS DE CASA - 5 )

09.03.04, a dona do chá
As noites eram infinitas e negras. O céu imenso, pontilhado de outras iluminuras. Acordar a meio da madrugada era um convite para algo desconhecido. Ficava quieta. Ouvia os estranhos sons da noite. Um batuque distante, esmorecido. Um grilo. Um carro, algures - mas não era algo usual. A respiração dos habitantes da casa. Todos tranquilos, esquecidos de si mesmos. Depois, eu acabava por tomar coragem. Levantava da cama e dava passos incertos pela casa. Tinha sempre a sensação de que ia (...)

( ENTRE NÓS, OCEANO - 8 )

06.03.04, a dona do chá
A proximidade é um conceito estranho. Tão certo é a distância que nos separa quanto o amor que nos aproxima. Quando voltamos a nos rever, a amizade demonstra estar intacta. É um abraço apertado, é uma vontade de repor continuidades, é um não querer mais nos separar. Começámos a conversar como se nunca tivéssemos parado. É verdade que suscitámos algumas recordações. [não concebemos distinção entre passado e presente.] Então, cismo comigo mesma, que a proximidade é esta (...)

Da condição de ser estrangeiro.

05.03.04, a dona do chá
Ao ingressar na Universidade, no dia de apresentação de uma cadeira, estavam todos os alunos do curso num anfiteatro e a "Sra. Dra." - com toda a pompa e circunstância da sua posição de "superioridade" - dirigia-se a cada aluno a indagar o nome, a idade, o lugar de origem e (destaque-se o requinte da questão) se o curso tinha sido a primeira opção na candidatura. Quando chegou a vez de uma aluna, ela respondeu automaticamente, sem grandes detalhes. Então, a "Sra. Dra." diz-me (...)