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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Comprometida, Elizabeth Gilbert.

15.02.16, a dona do chá

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Promovido como a continuação de "Comer, Orar e Amar", a meu ver, descola-se um pouco do livro anterior. É verdade que este livro retoma a temática do relacionamento, ou o amor, que é a parte final do livro anterior mas o foco está na temática do casamento. Em traços gerais, Elizabeth Gilbert e o seu companheiro por terem nacionalidades diferentes foram impedidos de estar juntos em solo americano porque ele, em específico, é brasileiro e não tinha visto para permanecer nos EUA. Isso criou um impasse. Ambos não queriam nem ponderavam casar mas este imprevisto trouxe a questão à baila e para os dois a resposta pareceu mais do que natural: casar. Contudo, este não é um processo fácil para qualquer estrangeiro(a) que queira casar com um cidadão(a) americano(a). Principalmente, trata-se de um longo e cansativo processo burocrático.

Então, a história parte deste episódio do relacionamento de ambos e de todo o processo que tiveram de enfrentar até finalmente poderem dizer "enfim, juntos".  A dado momento, a parte pessoal do relacionamento do casal esbate-se no esmiuçar que a autora faz sobre a instituição "casamento".

Pode-se mesmo dizer que "Comprometida" é mais uma reflexão sobre o casamento em si, sobre o papel da mulher na sociedade e sobre a própria visão da autora. Elizabeth Gilbert fala na primeira pessoa e, muitas vezes, recorre à própria experiência das mulheres da sua família e de outras culturas. Não se nota uma pretensão de ser exaustiva ou de mostrar-se uma especialista no assunto. O que se depreende é um exercício de busca,  uma forma que a autora usou para que pudesse compreender a sua visão pessoal sobre o casamento e a sua reserva diante do compromisso. Este aspecto foi muito interessante e foi o que mais gostei neste livro.

Elizabeth Gilbert é uma boa contadora de histórias, então, a dado momento o leitor envolve-se nos relatos de viagens e nas suas reflexõe - até porque para cada reflexão, há sempre um episódio peculiar. Depois há o sentido de humor, algo muito presente na sua escrita e que é agradável.

Trata-se de uma leitura agradável e que, muitas vezes, emociona e faz surgir um sorriso nos lábios de identificação com aspectos da vivência e das dificuldades de se manter um relacionamento.