(sabor azedo)
o dia atravessado na garganta. incômodo como uma farpa de madeira entranhada na pele. constante e dormente. desde o início até o fim, prevê. há dias assim, longos. indistintos. não se sabe bem porque é assim. o porquê disto acontecer. o porquê é a resposta e não a pergunta. a questão não é importante. a interrogação é normal mas não fundamental. a resposta é o que lateja. veja bem, há dias assim em que tudo parece um banho de jactos de água fria. entenda, a certeza de que tudo isto passa e passará está presente na consciência mas não diminui esta sensação de farpa de madeira entranhada na pele. este frio na nuca. este prolongado sabor azedo.