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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

(viver em pleno)

19.01.15, a dona do chá

Para atravessar contigo o deserto do mundo

 

Para atravessar contigo o deserto do mundo

Para enfrentarmos juntos o terror da morte

Para ver a verdade para perder o medo

Ao lado dos teus passos caminhei

 

Por ti deixei meu reino meu segredo

Minha rápida noite meu silêncio

Minha pérola redonda e seu oriente

Meu espelho minha vida minha imagem

E abandonei os jardins do paraíso

 

Cá fora à luz sem véu do dia duro

Sem os espelhos vi que estava nua

E ao descampado se chamava tempo

 

Por isso com teus gestos me vestiste

E aprendi a viver em pleno vento

 

Sophia de Mello Breyner Andresen

(cada vez melhor)

19.01.15, a dona do chá

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(Imagem The Happy Page)

O ano de 2014 foi excelente. É tão bom poder abrir o coração e dizer isso sem qualquer vestígio de hesitação. Excelente, no sentido de ter sido "muitíssimo bom". Foi o primeiro ano de crescimento do meu baby H. e, a cada mês que passa, parece que o coração vai explodir de tanto amor. Nunca pensei nesta possibilidade, do coração quase transbordar amor e, ao mesmo tempo, de medo. O amor nos fragiliza e nos fortalece. Esta dualidade é um grande mistério, uma grande aventura e um constante motivo para manter um sorriso nos lábios. Por vezes, eu e o G. parecemos dois pais babados e em estado de graça permanente. Parecemos dois bobões completamente apaixonados pelo nosso baby. 
Foi o ano em que completamos 10 anos de casados. Permitam-me o cliché: parece que foi ontem! Os anos têm passado rápido e, sinceramente, não sei o que seria da minha vida sem ele. Não sei mesmo... Sem ele, jamais conseguiria atravessar "o deserto do mundo"*1. Com ele, tudo faz sentido. Todas as coisas. 

2014 foi o ano de rever pessoas amadas, queridas e totalmente parte do coração: meu irmão, meus padrinhos e primas. Meu irmão, mais pelo início do ano. Tão bom ter, durante algum tempo, os meus dois irmãos por perto. Só faltram mesmo a minha querida cunhada R. e os meus queridos sobrinhos C. e S. para alcançar a perfeição. Faço um scrapbook mental de cada instante, de cada risada e de cada olhar. Este sentimento de estar em casa, porque a sensação de lar está mais relacionado "com quem estamos" e não "onde estamos".

Fortaleci amizades virtuais, quase todas ligadas ao mundo da leitura e dos livros. E é tão bom poder expressar ideias e leituras e ser compreendida! É algo simples, eu sei; mas essa simplicidade preenche-me. De igual forma, sinto que sou retribuída na estima. E, para variar, é bom dedicar amizade e ser retribuída. 

Decidi que 2014 foi o último ano que joguei amor no vazio. Em que dediquei amizade e recebi desaforo, desfeita, humilhação e descaso. Eu acredito no amor mas não vou desperdiçá-lo.

Consegui atingir o meu desafio Goodreads de ler no mínimo 50 livros. Foi tão bom! A minha cabeça e o meu coração andaram bem mais arejados. 

Em 2015 quero: concentrar-me cada vez mais nos dois homens da minha vida, nos meus amigos de longe e de perto, na minha família do outro lado do Oceano, ler mais, escrever mais, passear, rir e ser menos ansiosa. Olhar para a vida e dizer: estou aqui! A sensação que eu tenho é de que a vida é tão breve, tão fugidia, tão frágil... por que perder tempo? 

Sr. 2015, preste bem atenção, sigo em frente. Estou de peito aberto, exposto e sensível para o que tiver de viver. 

*1 "Para atravessar contigo o deserto do mundo", poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.