(O meu nome)
Sem o meu nome, a minha história não é mais do que um longo e aleatório emaranhado de lembranças.
Ann Brashares, Meu Nome é Memória.
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Sem o meu nome, a minha história não é mais do que um longo e aleatório emaranhado de lembranças.
Ann Brashares, Meu Nome é Memória.
— Você sabe, minha filha, que não se pode encontrar paz no trabalho ou no prazer, no mundo ou num convento, mas somente na própria alma.
W. Somerset Maugham, O Véu Pintado
Eu não tinha ilusões a seu respeito. Sabia que era tola, frívola e tinha a cabeça vazia. Mas eu a amava. Sabia que seus ideais e objetivos eram vulgares. Mas eu a amava. Sabia que era uma pessoa de segunda classe. Mas eu a amava. É cômico lembrar do quanto me esforcei para divertir-me com as coisas que a divertiam, e do quanto eu procurava esconder que não era ignorante, vulgar, maledicente e estúpido. Eu sabia o quanto a inteligência lhe fazia medo e tentei tudo para lhe dar a impressão de que era um tolo tão grande quanto os homens que você conhecia. Sabia que você somente se casaria comigo por conveniência. Eu a amava tanto que isso não me fazia diferença. Muitas pessoas, até onde pude observar, sentem uma espécie de ressentimento quando amam alguém e esse amor não é correspondido. Tornam-se furiosas e amargas. Não foi assim comigo. Nunca esperei que você me amasse nem encontrei um motivo que a pudesse levar a amar-me, pois nunca me julguei capaz de inspirar amor. Eu era grato a você por me permitir amá-la e me sentia enlevado quando, às vezes, você ficava satisfeita comigo, ou quando eu via nos seus olhos um lampejo de afeição bem-humorada. Procurei não aborrecê-la com meu amor. Eu sabia quenão tinha esse direito e sempre estava à espreita de um primeiro sinal de sua impaciência diante do meu afeto. O que a maioria dos maridos espera como um direito eu estava pronto a receber como um favor.
W. Somerset Maugham, O Véu Pintado
Depois de uma semana extremamente difícil, com o baby Hugo doente, retomo a vida quotidiana um pouco cansada e com uma lição bem assimilada: não há nada pior do que ver o nosso filhote a sofrer.
Leitura actual no Clube de Leitura:
"Não respondera porque não havia o que dizer. Mas se ninguém falasse senão quando tivesse algo a dizer, refletia Kitty com um sorriso, a raça humana em pouco tempo perderia o uso da palavra." W. Somerset Maugham, O Véu Pintado
É infinito
Não tem tamanho, nem cor
Até acredito
Que talvez possa ser o amor
Recta final
O terceiro trimestre foi fisicamente cansativo mas tranquilo. Me senti mais lenta e pesada; por outro lado, tudo tinha de ser ultimado e preparado para a chegada do nosso pequeno Hugo.
A ligação estabelecida nesta fase é fantástica. Foi a fase em que os movimentos do nosso bebé se tornaram mais evidentes. Dentre as várias coisas que aconteceram durante a gravidez, desta jamais esquecerei: o G. a falar para a minha barriga. Dizia "tenho tanta curiosidade de conhecer-te Hugo!" e "quero tanto ver como és!". E quando ele colocava a mão sobre a minha barriga, parecia que o pequeno Hugo corria em direcção do calor do pai. E, passados nove meses, ainda o Hugo corre em direcção ao pai, de sorriso aberto.
Algumas vezes, surgia a agitação de pensar se conseguiríamos ter tudo pronto a tempo e horas e, felizmente, tudo foi se encaixando. É um mistério. Conforme a data se aproximava, o medo era uma realidade para mim. Sim, é verdade, um grande e terrível medo. "E se não correr bem?". "Serei capaz?". O G. foi o meu grande alicerce. Nestas coisas estou convicta de que o amor tem esta centelha de parceria. Não seria capaz de enfrentar tudo sem ele ao meu lado. Todas as minhas angústias esbatiam-se ao longo das suas palavras tranquilizadoras, sábias e optimistas. Ele é o grande presente que Deus colocou na minha vida. E agora, com o Hugo, são dois grandes presentes.
Outro aspecto que me conferiu grande tranquilidade: aulas de preparação de parto. Psicológica e fisicamente também foram fundamentais. Nunca me hei-de esquecer o papel que a Enfª Fátima teve neste processo. Penso que o nosso parto não teria sido o mesmo sem esta prévia preparação. E, por isso, além de estar grata à Deus por essas aulas, também agradeço à Ele pela ajuda da minha amiga I. que indicou este curso.
Impressões sobre a gravidez
Dos três trimestres, este foi o mais difícil. Muitas coisas a aprender, a serem feitas e resolvidas e algumas chatices. Digamos que não dei muita sorte com o acompanhamento médico que tive e ter diabetes gestacional também foi um acréscimo pouco positivo. Esta foi a fase em que comecei a ler e a tentar entender tudo o que me aguardava durante este processo. A realidade é que não fazia ideia como uma gravidez é um processo transformacional em todos os sentidos. Sabem a famosa frase "Tudo muda" - é um clichê, mas totalmente verdadeiro. Na realidade, nesta fase comecei a constatar que os preparativos indicavam isso, mudança. Mudança psicológica, física e logisticamente falando. Isto porque além de toda a revolução emocional, ainda tínhamos os detalhes de exames e consultas; e, começar a preparar a casa para receber um bébé. Então, foi uma fase acelerada.
O melhor desta fase, a semelhança da fase anterior, foi descobrir o sexo do nosso feijãozinho (que era a maneira como o chamávamos). Sempre tínhamos imaginado que nós seríamos pais de uma menina e até tínhamos um nome escolhido. Se fosse menina seria Clara. Mas não tínhamos pensado em nenhum nome de menino e eu me sentia incomodada. Faltavam duas semanas para a segunda ecografia e surgiu em mim uma insistência em escolher nome de menino. Fartei-me de chatear o G. porque eu comecei a teimar que o nosso feijão seria mesmo um menino. O G. sugeriu Hugo, devido ao seu significado. Foi amor imediato. Sei que para grande parte das pessoas isto não tem qualquer relevência, o significado do nome. Para nós, era fundamental. A partir do momento que o nome ficou definido, a tranquilidade tomou conta de mim.