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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

(assim, de repente, 10)

08.08.13, a dona do chá

Ao mudar a template do blogue, olho para a lista do arquivo e dei-me conta de que neste mês o meu "Chá de Menta" celebra 10 anos de vida. A constatação cai em mim como uma surpresa inesperada. A realidade é que nunca pensei que duraria mais de um ano, quanto mais de 10.

 

Este espaço discreto, silencioso e solitário tem sido um companheiro fiel. Em algumas alturas, tive dissabores no resultado do que escrevo, o dito julgamento fácil. Maioritariamente, a alegria e o prazer derivado do simples facto de partilhar e escrever tornou-se uma almofada que me tem confortado. Com o tempo aprendi que nem tudo o que lemos nos blogues é ficção e nem tudo o que se escreve é auto-biográfico. E foi engraçado "brincar" com isso. De certo forma, confundir quem lê e ter a posse da totalidade do significado do que se expressa. É uma forma diferente de poder e, talvez, seja das poucas que me agrada porque com ela não estou a subjugar, apenas a espicaçar.  


O Sr. Tempo é uma pessoa laboriosa e que não faz grandes alaridos, e aqui no blogue ele fez a sua passagem na sua maneira incisiva e metódica. Consigo ver na linha do horizonte do meu blogue tudo o que me tem acontecido. Tudo começou no verão de 2003 e, lembro-me, foi um Agosto extremamente quente. Desde desse, já mudei de casa duas vezes, casei com aquele que tem sido o amor da minha vida desde os 16 anos, perdi a minha sogra para a doença impiedosa poucos meses depois de casar-me, fui abençoada com mais três sobrinhos, estive no Brasil a rever a família e amigos (e foi sensacional!), uma sobrinha ingressou na universidade, entrei na espiral de seguidas fases de declínio da saúde do meu pai a culminar este ano na sua morte, recebi a maior de todas as bênçãos que é a de gerar uma vida. Tantas outras coisas aconteceram. Tantas. A vida amassa e molda. Muitas vezes, joga-nos no chão para entendermos que não somos perfeitos, que não controlamos todas as coisas e que não somos nem eternos e nem ultra-poderosos. A vida mostra-nos que somos seres absolutamos imperfeitos e, por isso, humanos. 

Quando olho para o blogue, é nisto que penso: em todas as quedas, desalentos e travessias por longos invernos. Mas, simultâneamente, na dimensão do aprendizado que o tempo me tem concedido e em todas as coisas boas, belas e duradouras que permanecem. Em tudo isto, eu vejo Deus.

 

Não sei se o meu bloguesito viverá mais 10 anos. Continuo com a intenção de não planear e apenas seguir a intuição.