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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

(Sem Reservas - filme - 2)

15.05.10, a dona do chá

 

Há dias assisti a este filme e gostei bastante. Nunca tinha ouvido falar dele, descobri meio por acaso. Como aprecio filmes com temática de culinária e/ou doçaria, parei um pouco para vê-lo. Confesso que não sou grande fã de Catherine Zeta-Jones, não sei bem explicar o porquê. Mas identifiquei-me bastante com a personagem que ela interpreta. Talvez porque ela trabalha numa cozinha - como eu - e, por outro lado, porque é alguém com alguns defeitos nos quais eu me reconheço.

Não sei se eu enquadraria este filme numa comédia romântica. Acho que não. Até é um filme um tanto ao quanto triste. Mas fiquei com uma sensação agradável no fim do filme. Eu tenho destas coisas, no fim de um filme de ter ou não um sensação agradável. Neste caso, não sendo um filme que pudéssemos categorizar de profundo, fez-me pensar em várias coisas durante vários dias. É de destacar a interpretação da menina Abigail Breslin, esta sim, excelente.

(tempo desperdiçado)

13.05.10, a dona do chá

se ela pudesse agarrar o tempo nas mãos, poderia dizer que tinha controle sobre todos os gestos e todos os sentimentos. cada dia seria uma conjugação de todos os passos e acções premeditados. se isto implica uma suposta perfeição ou uma obsessiva forma de viver não saberia dizer. não, na realidade não queria propriamente o controle ou a perfeição. o primeiro, é frustrante. o segundo, enfadonho. o que ela queria concretamente era atar nas mãos algumas certezas. comprová-las. agarrar o tempo entre os dedos. espreitar bem junto aos olhos. e, depois, deixar livre. deixar o tempo correr livre. solto e leve. mas para já, ela queria agarrar o tempo nas mãos. para comprovar e não desperdiçar o futuro.

(o bom nome)

13.05.10, a dona do chá

 

«Apesar de a carta ter sido enviada um mês antes, em Julho, ainda não chegou. Ashima e Ashoke não estão muito preocupados.  No fundo, ambos sabem que um bebé não precisa mesmo de um nome. Precisa de ser alimentado e abençoado, que lhe dêem algum oiro e prata, palmadinhas nas costas depois de comer e que o segurem cuidadosamente atrás do pescoço. Os nomes podem esperar. Na Índia os pais demoram o seu tempo. Não era raro que passassem anos antes de surgir o nome certo, antes de o melhor nome possível ser determinado. (...)»

 

O Bom nome, Jhumpa Lahiri

(...)

11.05.10, a dona do chá

um encontro entre duas vidas pode acontecer quando menos se espera e da forma mais inusitada. o que comanda estas surpresas? quando eu vejo uma história de amor a se desenvolver diante dos meus olhos, parece que ouço a voz do poeta a cantar que "a vida só se dá a quem se deu".

(aos pedaços)

05.05.10, a dona do chá

um dia, ela vai estar diante de um espelho a olhar para si mesma. ela vai ter que chegar a uma conclusão. terá de tomar uma decisão. antecipo a sua aflição e a sua dor. sei que elas estarão presentes de forma latente. ela vai tocar o seu próprio rosto reflectido no espelho e enxugará uma lágrima não contida. terá de pesar prós e contras. terá de tomar uma decisão. qualquer que seja esta decisão, o seu coração ficará dividido. prevejo esta incompletude. aos pedaços. prevejo, ainda, o sacrifício partir somente de um lado. valerá mesmo a pena? vale mesmo a pena, por um suposto amor deixar tudo e, do outro lado, não haver o sacrifício de nada?

quando um dia, ela estiver diante do espelho a olhar para si mesma, espero que esta questão surja. e que ela saiba a resposta.