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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

( reviver )

09.12.08, a dona do chá

Acontece de um dia para outro das coisas não serem mais o que eram, da realidade ser transformada. O mundo e a sua razão de ser reviram-se e revoltam-se. Há sempre uma história, há sempre um passado, há sempre a raiz – isso é insuperável. Mas também é verdade que a história só termina no final, que o passado é o antecessor do presente e do futuro e que a raiz existe para gerar crescimento e frutos. Todas estas afirmações são verdades básicas e incontornáveis. Então porque esta insistência de sempre olhar para trás? Porque esta aptidão para sofrer? Porque querer reviver para entristecer? De repente, sem mais nem menos, é capaz de uma euforia despropositada. Como se quisesse passar estágios e nunca chegar a uma conclusão sadia. Não dá para compreender. Um dia está no fundo do poço e, no dia seguinte, está nos píncaros de uma alegria irreal. Não dá para compreender.

 
Há sempre uma estrada. Uma pessoa está no meio da estrada, pode olhar para trás e pode olhar para a frente. Pode escolher o que quer. Mas se ficar no meio do caminho ou se voltar repetidamente para trás a estrada termina. O caminho se faz a andar, de preferência para a frente. E não se está sozinho nesta caminhada.

(perto do fim)

05.12.08, a dona do chá

 

Mulher amarga que julga que o mundo gira à volta dela.
Ela é tão amarga e seca que até a sua respiração corta o ar. A sua felicidade é irradiar a sua miserabilidade. Tenta diminuir as outras pessoas para que de alguma forma ela se possa sentir elevada. Tão pequena e tão ridícula. Dantes despertava uma certa misericórdia pela dura vida que teve. Mas até isso vejo esgotar.
 
Deus, dá-me mais paciência. A minha dose standard está perto de terminar.

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