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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

( um dia só )

31.08.08, a dona do chá

andar, cabeça a latejar e cansaço. não se compreende esta ordem, nem o porquê dela surgir. certo é que o dia amanhece e o cansaço já está evidente nas fronhas amassadas. quem dera que o café fosse mais doce ou o seu gosto menos amargo. (seria assim o dia melhor?).


um dia. somente mais um dia. podia ser que a cena fosse interpretada de outra forma.

( o sentido da vida não é isto )

19.08.08, a dona do chá
a bandeira da solidão levantada como que uma farda protectora contra os ataques da fraqueza de carácter. o mundo é o seu maior inimigo, diz ele. "ninguém lhe apresenta soluções plausíveis" - grita. ele não quer soluções, quer antes concordâncias e dadas na positiva.

( lente de aumento )

17.08.08, a dona do chá

«A mãe tinha-lhe falado nos tipos de personalidade há uns tempos, pouco depois de se terem mudado. Eram ambos introvertidos, disse ela, o que tornava uma data de coisas - fazer amigos, começar uma escola nova e novos empregos - mais difíceis para els. Tinha-lho dito como se aquilo o pudesse fazer sentir-se melhor, mas claro que não ajudou nada e Marcus não conseguia entender como é que ela pensou que ajudava: tanto quanto podia ver, ser introvertido apenas queria dizer que nem sequer valia a pena tentar.

- Metem-se contigo?

Marcus fitou-o. Como é que ele sabia? As coisas deviam ser piores do que ele pensava, para as pessoas perceberem mesmo antes de ter dito alguma coisa.»

 

 

 

 

 

Era uma vez um rapaz, Nick Hornby

( a luz vem do lado )

16.08.08, a dona do chá

logo pela manhã choveu muito e, ao contrário de toda a população, adoro que chova no verão. a luz vem meio tímida, meio distraída, aos "trambulhões". poderia vir a ser um dia diferente, melhor. não em termos atmosféricos, mas numa perspectiva de humanidade. talvez a minha dor nas costas desanuviasse, talvez esta sombra nos meus olhos desaparecesse e talvez as minhas fraquezas se diluíssem.


talvez, só precise de descanso.



Você pode me ver
Do jeito que quiser
Eu não vou fazer esforço
Prá te contrariar

rosas, ana carolina


( coisas do trabalho )

16.08.08, a dona do chá

por vezes, é muito complicado, muito difícil estar perto de quem só vê maldade e veneno. tudo é motivo de crítica e tudo é motivo de discussão. alguém que olha para o seu semelhante e só consegue ver o pior, mesmo que esse pior não exista. todos temos defeitos e falhámos, mas olhar para alguém e só ver retalhos é um pouco demais. é quase um espelho distorcido. como se a própria imagem dela no espelho fosse feita de ouro refinado e de todas as outras pessoas fossem feitas de pó e de sujidade. por minha parte, tento me abstrair. tocar e cantar músicas imaginárias na cabeça. fazia falta um mp3 nestas horas. não ouvir-lhe a voz. não ouvir nada além de música.


as coisas do trabalho podiam ser como nos musicais. de repente, tudo virava música, coreografia e beleza.

( não vou dizer-te )

13.08.08, a dona do chá

não vou dizer-te nada. estou cansada de pisar na mesma tecla. não vou dar-te explicações. estou cansada de argumentar. não vou tecer factos. estou cansada de justificar. estou cansada de cuidar de tudo e de todos e não receber nada em troca. pelo contrário, recebo um saco cheio de ingratidões atadas com um laço exposto, reluzente e vermelho. sim, posso estar a ser egoísta. talvez sim. mas estou cansada e também tenho direito a isso. tenho direito a estar cansada e a ser egoísta.


não vou dizer-te mais nada.

( empenhado )

13.08.08, a dona do chá

Apetecia-lhe ouvir pessoas que não levavam as coisas a sério e ver pessoas de quem se pudesse rir. E também se meteu nos copos; encheu um copo com gelo e bebeu um whisky a seguir a outro. E à medida que a bebida começava a fazer efeito, percebeu que as pessoas que levavam as coisas a sério estavam muito mais próximas de se matar do que as pessoas que não levavam: não se lembrava de alguma vez sentir sequer o mais pequeno impulso de se matar e tinha dificuldades em imaginar que alguma vez o viesse a sentir. Se fôssemos a ver as coisas, não estava assim tão empenhado. Tem que se estar empenhado para se ser vegetariano, tem que se estar empenhado para cantar Both Sides Now com os olhos fechados; se fôssemos a ver bem as coisas, era preciso estar empenhada para ser mãe. Ele, pelo contrário, não ligava muito ao que quer que fosse, e isso, Will sabia-o, havia de lhe garantir uma longa vida livre de depressões. Tinha cometido o grande erro ao pensar que as boas acções podiam ser um caminho a seguir. Não eram. Eram a maneira de enlouquecer.



Era uma vez um rapaz, Nick Hornby

( questões e mais questões )

11.08.08, a dona do chá

qual é duração do amor? quanto tempo leva a se formar e a se desfazer?
qual é a duração da amizade? qual é a extensão da decepção? é mensurável? é dito ou é desdito?

[ questões internamente levantadas por quem demonstra cansaço de ver certas superficialidades ]

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