( por falar em saudade )
não sei se é deste dia incomum, minha querida, penso em ti e sinto uma saudade aguda. uma espécie de presença da ausência. entendes o que quero dizer-te? é tal e qual uma sombra; está de tal forma colada à mim que, por vezes, me sufoca. esta saudade e esta sensação de erro. minha querida, terei errado? terá sido a minha decisão errónea e equivocada. terei tomado as rédeas das nossas vidas e rumado na direcção oposta à certa?
não vou dizer que tenha me arrependido porque actuei impulsionado por total e sincera convicção de que estava contribuindo para o nosso bem comum. em concreto, que seria melhor assim. rumos distintos. mas eu gostava de ter beijado os teus lábios uma última vez, antes do derradeiro adeus e que tu tivesses lutado por nós. que não tivesses desistido.
mas a vida não nos quis.
que coisa estranha, esta saudade. esta brisa que me toca os dedos. será que tu és feliz? eu sou. eu queria que fosses também.