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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

( INCERTEZAS )

08.01.07, a dona do chá
Os meus sonhos são tão simples e mesmo assim... parece que nunca consigo realizá-los. Olho à minha volta e vejo que as pessoas não têm dificuldade de realizar os seus próprios sonhos. O meu altruísmo faz com que eu viva nesta frustação mas, ao mesmo tempo, não sei viver de outra forma. Por vezes, concluo que seja qual for a nossa decisão pessoal de como devemos viver a vida, isso vai implicar sempre sacrifício e frustação. Há dias que esta (in)certeza não me preocupa muito, mas há outros dias em que me arrasto para ver se tudo passa mais rápido. Desiludir-me com as pessoas acentua muito este processo. Pensar que uma pessoa é uma coisa e, afinal, é outra. É uma grande desilusão, ter feito tantos sacrifícios e o resultado é a mentira.
Como eu detesto a mentira.
Detesto.

( CERTEZAS )

07.01.07, a dona do chá
Nada, nesta vida, tem real significado ou valor.
De que vale, então, um beijo. É um nada.

Um dia, um único e miserável dia, poderia ter feito toda a diferença.

( POBRE MENINA BOBA E INFANTIL )

07.01.07, a dona do chá
Ela pensa que engana todo mundo. Ela pensa que planeia, faz e acontece. Pobre menina boba e infantil, já se acha tão adulta e ainda lhe falta tanto. Ela pensa que pode fazer tudo o que lhe apetece e que é dona do próprio nariz, única e exclusivamente porque já sofreu na vida. Ainda vais sofrer tanto mais. E ela ainda não sabe, mas um dia os amigos desaparecerão, as borgas acabarão e quem irá levantá-la do abismo será quem sempre esteve do lado dela. Se ele ainda tiver paciência para isso. Ela não pensa e nem sabe porque está demasiado cega. Está demasiado cega com a ilusão de independência e de liberdade.
Eu vejo bem o que está a acontecer. Ele não está a ver o que realmente se passa. Ela pensa que vê demais, coitada… não vê que está a perder a confiança que ele tem nela. De minha parte, recebe apenas o meu asco pela atitude dissimuladora.

Omitir, minha cara, é também mentir.

( ... )

03.01.07, a dona do chá
Fala-me as tuas palavras junto de mim, junto ao meu ouvido. Fala-me da dimensão do teu amor por mim - não me canso de te ouvir. Não para ter certeza, mas porque os teus sentimentos são como música.
Não sabias?
Eu sei que sabes.

( ENFIM, JÁ PASSOU 2 )

03.01.07, a dona do chá
Trabalho, trabalho, trabalho.
Preocupações sem fim.
Noites mal dormidas.
Muito frio (alguém esqueceu o congelador aberto?)

--

[ Falta muito para chegar o Verão?? Eu já fico bem feliz com a Primavera. ]

( ENFIM, JÁ PASSOU )

03.01.07, a dona do chá
Enfim, já passaram as festividades todas.
Sobrevivi, é verdade.

É tempo de balanço:
1. Chateia-me o histerismo do Natal, já o tenho dito. Receber um presente/prenda não é a coisa mais importante do mundo - quando as pessoas vão aprender isso? Parece uma necessidade social de se ser bem aceito. Sei lá, também não vou perder tempo a racionalizar isso. Contudo, não foi ruim este ano. Teria sido melhor se eu não tivesse trabalhado; mas o que tem de ser, tem de ser.
2. Passagem de Ano - outro histerismo. Perguntaram-me se eu ia engolir as 12 passas e só me apeteceu rir. Não me levem a mal, cada um acredita no que quiser; só não consigo me associar a este optimismo e cegueira de fim de ano. As contas e a crise estão aí, não desapareceram com as badaladas.
Se as pessoas tivessem durante todo o ano o mesmo empenho de "serem felizes" que querem demonstrar ter nos festejos de Natal e de final de ano, talvez muitas coisas poderiam ser diferentes.
Posso até estar a ser moralista ou demagógica, não sei.

Sobrevivi, é verdade.
Mas continuo cáustica.