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Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

Chá de Menta

I am half agony, half hope | Jane Austen

( ANTES QUE AMANHEÇA - 2)

25.01.06, a dona do chá
contar mentalmente os minutos. imaginá-los a percorrer os ponteiros. fechar os olhos e fixar os sonhos. abrir os olhos e não ver uma sombra de sono. destas horas perdidas, destas noites que passam, destas lembranças e desta desesperança guardaria um resquício amargo.

( ANTES QUE AMANHEÇA )

22.01.06, a dona do chá
há este silêncio imóvel na madrugada - quase ofensivo quase imponente. o dedilhar é quase um grito que se desfaz e que interrompe quem dorme.

[não há inibições para quem escreve, e sim para quem sente.]

( SER 2 )

20.01.06, a dona do chá
- quando se diz adeus -

antes que terminasse a nota final, atravessou a sala com o pensamento. as palavras já não eram necessárias.
vários episódios surgiram-lhe diante dos olhos, como no cinema.
de rosto aberto ao sorriso da lembrança, escolheu guardar para si mesma aquele instante.

( SER )

15.01.06, a dona do chá
uns olhos que não se moviam porque já não havia mais razão para enxergar seja o que for. esta condição de se arrastar e não de viver. esperava pelo fim.
lá estaria ele do outro da rua.
enquanto isso, enfrentava a companhia das paredes, eram as únicas que seguiam-lhe os gestos e ouviam as suas lágrimas.

( MUITO BEM DITO )

08.01.06, a dona do chá
"Mais do que uma visão tecnocrata, economicista ou politiqueira, Portugal precisa na Presidência da República de alguém que saiba o que um grande poeta russo chamado Mandelstam queria dizer quando, a caminho de um campo de concentração, sussurrou à mulher: A poesia é o poder", declarou.

Manuel Alegre, Público (08-01-2006)

( FASCINAÇÃO 4 )

06.01.06, a dona do chá
« Criei-me entre livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó e cujo cheiro ainda conservo nas mãos. Em criança aprendi a conciliar o sono enquanto explicava à minha mãe na penumbra do meu quarto as incidências da jornada, as minhas andanças no colégio, o que tinha aprendido nesse dia... Não podia ouvir a sua voz ou sentir o seu contacto, mas a sua luz e o seu calor ardiam em cada recanto daquela casa e eu, com a fé dos que ainda podem contar os seus anos pelos dedos das mãos, acreditava que, se fechasse os olhos e falasse com ela, ela me poderia ouvir de onde estivesse. Às vezes, o meu pai ouvia-me da sala de jantar e chorava às escondidas. »

Carlos Ruiz Zafón, A Sombra do Vento

( A RAZÃO DESTE BLOG NÃO SER UM DIÁRIO VIRTUAL 4 )

06.01.06, a dona do chá
- Não perder o rumo dos dias -

Estamos no dia 6 de Janeiro e eu ainda não tenho uma agenda. É um caso inédito. Todos os anos tenho uma agenda nova com um mês de antecedência. Claro que não adianta nada porque, no final das contas, nunca ando com as datas importantes em dia. Carrego o peso da culpa o ano todo.
Mas adoro escrever na agenda. É como se fosse um blog, no seu sentido artesanal. Com a diferença de que não é público.

A minha questão é: onde encontro um moleskine (no formato agenda) para estes lados do Minho ou Porto?
Se alguém souber a resposta, por favor me diga, que tenho procurado mas em vão.

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