A conclusão mais evidente é a de que a exaustão é a melhor forma de esquecer a dor. Não se tem tempo de pensar nem de sentir. A revolta sempre se faz presente dentro deste processo - já que vários sentimentos estão em causa - mas esta revolta acaba por ser sentida a longo prazo. Remói-se. O passado não se esquece tão rápido, muito menos se engole as decisões precipitadas do presente. Pensa-se: "mas por que cargas d'água insiste-se em fazer as coisas assim? não havia uma forma mais simples?". Pensamento que lateja a mente e que é guardado para mais tarde. Talvez para quando diminuir o fervilhar das emoções. Talvez. Estar exausto somente faz esquecer, em parte, a dor. A ausência. A invasão. Em determinadas situações, podemos querer acreditar que aceitamos. Esforçamo-nos para aceitar. Mas não. O repúdio revolve as entranhas. As boas intenções são substituídas por vontade de afastamento.
há quem se admire por existir tantos conflitos no mundo. se pensar de forma simplista, até são poucos. há mais conflitos dentro de quatro paredes "do que julga a nossa vã filosofia". a família é o início de tudo - para o bem e para o mal.
uma estranha sensação de quotidiano,de mesmice,incomodava-a a cada minuto do dia. como se fosse uma dor latejante. sabia que seria sempre assim. as novidades existem para os outros [aqueles que pensam que as coisas podem ser melhores do que são].
andar com a cabeça em rotação constante. os pensamentos, desconexos de sentido, entram em colisão uns contra os outros. os olhos despejam esta amálgama em líquido salgado. o coração que pressente o que vem a seguir. ele não gosta do que pressente.
a vida não é o que sonhámos no distante tempo da meninice.