encosto a minha boca no teu ouvido, para que as palavras não fujam. para que aquilo que foi dito não perca o sentido. não quero aprisioná-las. apenas quero que elas alcancem o teu coração.
Eu lamentava que, apesar de gostar tanto de ler, ainda não tivesse lido nenhum escrito de C. S. Lewis. Um ouvido amigo escutou o meu lamento e me emprestou um livro dele: Peso de Glória. Ele disse, cheio de certeza: vais gostar. E estou mesmo a gostar. Obrigada ;o)
a luz desmaia e o afecto se eleva neste fim de tarde. o sol que cruza com a sombra reflectida contra a pedra da igreja antiga. uma frescura que se sente nos pés. uma aragem que nos descansa da pressa de viver. é tão tarde e temos luz. os pássaros fazem o último voo e não sabem disso. as pessoas falam alto - já não precisam de se conter. o dever não se cumpriu a contento para todos. isso não importa? esqueçam.
daqui em diante só precisamos de correr para os braços de quem nos aguarda.
«Quem me dera que estivesses aqui.». Quase posso arriscar que pensaste isso. Que o teu coração estava feliz e triste ao mesmo tempo. O vazio, por vezes, levanta paredes muito altas. Cria um muro. Nada pode transpô-lo. «Quem me dera que estivesses aqui.». Não estás sozinha, é bem verdade. Todos te amamos. Mas o vazio bem o vazio abre aquela ferida. Algumas vezes. Quase sempre. «É difícil olhar para o teu lugar e não te ver lá.» Quando caminhaste para dentro das águas, lembraste que ela devia estar ali, de olhos rasos pela emoção. E todos ficamos emocionados porque pensamos o mesmo; e a alegria e a tristeza entrou-nos pelo coração dentro. Buscámos a alegria, porque era isso que ela queria para ti. E é isso que mereces.