No fundo da gaveta.
09.02.04, a dona do chá
Enterra os dedos na terra,
Arranha a superfície formando fileiras
As unhas, lâminas afiadas pelo tempo
E o corpo, o próprio arado em evolução.
Deixa o suor cair nos galhos fortes
que as veias desenham em teus braços,
- liquefazem um caminho denso.
Sacia cada grão frutificado.
E quando o dia cair e o sol desmaiar
De cansaço, aos teus pés
Levantarás as costas doloridas
pela violência fingida,
e arrebatarás a posse com tuas mãos calejadas da lida.
Nesse momento serás o ser liberto.
O elemento que renasce após a dor.
Florescerás.