- O que nos deveria pertencer -
Eu adoro musicais. Desde pequena que eu amo este estilo de filme. Sempre adorei ver aqueles clássicos em que tudo era beleza e fantasia. Tudo e todos retratavam-se através da música e da dança. Diz-se que este é um estilo que ou se ama ou se detesta. Uma das razões que as pessoas que detestam apontam é o facto de ser ridículo o facto das pessoas desatarem a cantar e a dançar pela rua fora, por cima dos carros, etc quando isto não acontece na vida real. É um argumento com validade. Eu, porém, encaro de outra forma. Os musicais fazem sonhar e revelam, muitas vezes, aquilo que se passa na nossa mente. Eu não consigo acreditar que não exista alguém, na sua vida quotidiana, que não cante mentalmente inúmeras músicas. Serei tão invulgar assim? Esta é umas das razões pelas quais me identifiquei de imediato com a série televisiva Ally Mcbeal. Eu acredito não ser a única. Se isso fosse verdade, não haveria tantas pessoas a andar pela rua de mp3 espetado nos ouvidos. Trata-se de um momento de privacidade, um momento a sós com a sua própria música? É disto que eu estou a falar. Andar pela rua a ouvir música de mp3 nos ouvidos é o efectuar de um musical pessoal.
Isto tudo para reafirmar que eu adoro musicais. A vida já é tão difícil que um pouco de beleza, sonho e poesia não faz mal a ninguém. Pelo contrário, só nos devolve o que nos deveria pertencer.