- meia década
Já passou meia década. Ao pensar assim – “meia década” – parece que a ausência assume um peso ainda mais absoluto. Um peso e um vazio ( como é possível conjugar estas duas realidades? ). Tudo ocorreu de forma irresolutamente definitiva e taxativa. Não queríamos acreditar que poderia ser verdade, que aquela tragédia estaria a nos trespassar e esperávamos pelo milagre. Não tivemos tempo de digerir.
Passada meia década ainda permanece alguma inconformidade, a eterna saudade e, claro, o vazio. Quase sempre chove neste dia. Como um choro lento e silencioso. E a saudade que sentimos transborda pelos olhos fora. Escorre-nos pela alma.
Porque a amamos, ela nunca será esquecida. Ela é relembrada todos os dias. Mas, neste dia, evoco a lembrança de uma mulher que amava profundamente a sua família e a Deus. Uma mulher de grande dignidade, de cabeça sempre erguida, de olhos penetrantes, francos e honestos. Uma mulher que amava a justiça e que sempre lutou por aquilo que considerava justo e correcto. Uma mulher que defendia os desfavorecidos e todos aqueles que lhe pediam ajuda. Uma mulher de valores, que não se vergava diante das dificuldades e que não tinha qualquer constrangimento de enfrentar fosse quem fosse para atender a uma causa justa.
Em honra desta grande mulher, celebremos o ser família.